terça-feira, 31 de março de 2009

Quantos kilômetros mesmo???

Sempre que comento que estou treinando para a maratona, me perguntam quantos kilômetros eu tenho corrido. Pra falar a verdade eu nunca soube, mas resolvi fazer umas continhas...

No total são 4 treinos por semana, alguns são por distâncias, outros por tempo. Não temos uma precisão de quanto corremos, mas podemos considerar que o treino longo é metade da quilometragem da semana. Na verdade deve representar uns 45% mas vamos considerar metade.

Foram 13 intensas semanas. Estou agora na 14a e última, que não vai entrar na lista

Então vamos contar os longos (data, distância, tempo e média tempo/km)
30 de dezembro - 16km – 1:26:52 – 86:52 --5:26/km
9 de janeiro – 18km – 1:36:40 – 96:40 -- 5:22/km
16 de janeiro – 22km – 1:59:51 – 119:51 -- 5:27km
23 de janeiro – 16 km – 1:24:41 – 84:41 -- 5:18/km
31 de janeiro – 20 km – 1:45:50 – 105:50 -- 5:17/km
7 de fevereiro – 24km – 2:07:30 – 127:30 -- 5:19/km
14 de fevereio – 18 km – 1:34:07 – 94:07 -- 5:14/km
21 de fevereiro – 22km - 1:52:46 – 112:47 -- 5:08/km
28 de fevereiro – 26km – 2:20:07 – 140:07 -- 5:23/km
7 de março – 20km – 1:45:16 – 105:16 -- 5:16/km
14 de março – 25km – 2:12:06 – 132:06 -- 5:17/km
21 de março – 30km – 2:40:28 – 160:28 -- 5:21/km
28 de março – 15km – 1:16:50 – 76:50 -- 5:07/km

Total - 272km - 1436 minutos e 425 segundos
ou seja
24 horas, 3 minutos e 5 segundos média de 5:18/km

Bom, esses são apenas os longos... podemos dobrar essa kilometragem e teremos uma distância aproximada dos treinos 544km.

Isso significa se fosse a pé, passaria 115km do Rio de Janeiro, iria mais de 6 vezes para Campinas, e mais da metade do caminho pra Brasilia. Poderia ver um monte de lugares que teria ido, mas o mais importante, 544km representam quase 13 maratonas!

Araka!

quarta-feira, 25 de março de 2009

A pista do Ibirapuera!

Nos dias de hoje todo mundo está preocupado com o meio ambiente. Procuramos produtos ecologicamente corretos, verificamos a emissão de gases, sabemos sobre a zona de convergência do Atlântico, alguns meios de reciclagem, enfim tudo pelo meio ambiente! Mas o que realmente está um pouco fora do controle das pessoas é a mudança de temperatura. Isso ai não dá pra controlar. É alguma coisa que você faz na sua casa, seu amigo faz no trânsito, a influência de um produto que você usa, enfim, ficamos de cabeça quente por vários motivos e muitas vezes no nosso dia a dia!

Como consequência, ficamos bravos, reclamamos, xingamos, esbravejamos, ficamos mau humorados. Em nossas conversas, falamos muito mais das coisas que nos irritam do que das coisas que nos agradam.

Embalado nessa visão, vou aproveitar esse espaço e reclamar um pouco.
Como esse blog é sobre meus treinos para a maratona, vou reclamar deles!

Quarta feira, 6:45 da manhã, Parque do Ibirapuera. Alongamento com bocejo. Mal conseguimos puxar a perna, esticar o braço, dobrar o joelho. Ainda pensamos na cama e nos perguntamos por que raios estamos ali.

Vamos pros 15 minutos de aquecimento, e o papo começa. Enquanto trotamos lentamente, vamos conversamos com os amigos que fizemos ali, sobre como andam os objetivos, as últimas provas, alguns treinos, a cerveja do sábado. Até ai essa é a melhor parte. Depois só vem bucha!


Marcos Paulo dá os recados da semana: Inscrições abertas, não jogue o copo no chão da USP, uma bronca em alguém que está conversando e na sequencia vem nossa sentença. Ele aponta e fala “vc 8, vc 10, 8, dez, doze, seis, dez…” no final vem a temida pergunta “alguém vai pra Paris?’ Poucos dedos são levantados e vem o veretido final “Dezesseis”. Essas são as quantidades de tiros de 400 metros.

Enquanto tomamos uma água e vamos para a largada ainda escutamos “os 2 primeiros mais leve, depois progressivo até a morte!” ou seja, estamos conscientemente nos matando! Temos uma leve idéia do tempo que queremos fazer. É nessa “água” que nosso tempo vai ser determinado. Olhamos para o lado e vemos quem está ao redor. Identificamos 3 tipos de corredores.
1- aqueles que um dia queremos chegar, nossa meta

2- aqueles que estão junto com a gente, um dia mais devagar outro mais rápido, que devem dividir os segundos, chegar junto.
3- aqueles que nunca estarão no mesmo ritmo (seja pra mais rápido ou devagar)


Após essa identificação, ficamos no visual e vamos pra morte! Um tiro mais rápido, outro mais devagar, indo no vácuo, abrindo uma distância maior enfim um verdadeiro rally começa. Enquanto isso ficamos tristes quando alguém mais lerdo nos passa, felizes quando passamos alguém mais rápido e embalados quando temos alguém nas mesmas passadas.

A maioria terminou, mas como tenho a maratona como meta, vem meu castigo, mais 4 solitários tiros.
Isso é engraçado, é contra todos os conceitos que aprendemos no colégio. Quando eu ia bem nas provas, eu ganhava benefícios, como o cartão, que me dava direito a não assistir algumas aulas. Se eu não fizesse a lição de casa, castigo, recuperação, mais aulas! Aqui é o contrário, corremos mais e melhor e temos como consequência, ou castigo, mais treinos. Quem não vai muito aos treinos, tem as séries mais leves, menos repetições. Ou seja, o “infrator” é beneficiado.

Terminada a série, escutamos a famosa frase “solta 10”. Sinceramente, depois de 16 tiros, soltar mais 10 minutos não dá. Poucas pessoas soltam depois do treino e todos tem quase a mesma resposta “já soltei” ou “ vou correndo pra casa” e nos encotramos no estacionamento.


Ai vem o alongamento! Outra sessão de tortura. Eu ainda sou da época que alongava na lona!
Geralmente estava atrasado e ia embora, mas nesse ano me dediquei muito a essa atividade. 10 minutos me esticando todo ajudou muito. Agora, quando estico a perna, minha mão finalmente encontrou meu pé!

Mais uma aguinha e vamos embora, reclamando pra variar, mas satisfeitos com o treino e ansioso para a próxima semana.

Queria terminar esse post não reclamando, mas agradecendo ao Kramer, um amigo meu que ilustrou a minha camiseta que vou usar na prova. Segue a foto do manto sagrado!


Araka!







domingo, 15 de março de 2009

www.treinos.com

Nossa vida está online! É imposível conseguir pensar na vida sem computador e principalmente sem a internet. Com ela podemos fazer tudo: Pagamento de contas, ver as notícias do dia, programar viagens, ver filmes, inscrições de provas, acompanhar blogs enfim, estamos sempre conectados e checando nossa vida e a alheia.

Os treinos também seguiram essa evolução natural e entraram com tudo na internet.
A cada 15 dias fico ansioso com a expectativa da chegada de um certo email… a planilha.

Quando recebo esse email é sempre aquele sofrimento e pensamento “O que será que o Cesar vai me aprontar nessa semana?”. Enquanto excell abre, vou pensando nos eventos programados nas próximas semanas. Aniversário, bares, viagens, despedidas, madrugadas de trabalhos… enfim, tudo o que vai influenciar no meu sono e nesses treinos.

Excell abriu e eu, como todo corredor que se preste, vou direto ver os treinos longos. Não tem jeito, sempre reclamamos, xingamos esses longos, não interessa se são 18 ou 25 km, ficamos focados e interessados nos longos e nem percebemos que nos outros dias temos os cansativos 16 tiros de 400m ou 3 tiros de 2km.

Assim como damos pouca importância para esses outros treinos, as cartas ficaram de lado nas nossas vidas. Geralmente só vem tranqueiras pelo correio, como contas, panfletos de pizzaria, jornal do bairro, folhetos imobiliários… enfim, coisas que realmente não queremos receber e as pesssoas insistem em nos enviar.

Mas recentemente eu recebi uma carta que me surpreendeu. Um envelope branco, com meu nome e mais nada. Abri achando que fosse mais uma dessas tranqueiras mas ai vi quer era outra coisa. Uma carta confirmando minha inscrição na maratona. Eu já havia recebido essa confimação por email, já tinha meu número e todos os procedimentos, mas receber isso tudo por correio, vendo impresso nas minhas mãos, realmente foi uma sensação muito boa! Deu uma “despertada” maior para o evento, ele ficou mais real, mais perto, próximo. Foi uma sensação muito boa!

É muito interessante pensar que com toda a modernidade, uma carta ainda impressiona, marca muito mais do que um email. Não é a toa que o mestre Silvio fala até hoje “ Se ele não ganha quem ganha é a carta” e não o email.

Araka!



domingo, 1 de março de 2009

Ai meu São Benedito!

Existem alguns santos mais populares que outros, devido ao bem que eles fazer aos seus devotos. Eu conheço poucos santos, mas sei que “Santo Expedito” é o santo das causas urgentes, “São Longuinho” quer ver você pulando pra trazer de volta o que ele escondeu de você, “ Santo Antonio” é o santo casamenteiro e “São Paulo” é o melhor time do mundo!

Todo corredor que se preze, antes de começar um treino precisa pensar num santo: São Pedro. Esse cara tem uma forte influência no nosso treino. Não adianta dormir cedo, se alimentar direitinho, não beber, alongar, enfim fazer todo o ritual certinho se o bendito resolve colocar um sol inesperado de 30 graus na sua cabeça.

Não tem jeito, ele vai te prejudicar o máximo que puder. Ele gosta de ver as pessoas suando muito, rastejando, procurando uma mísera sombra! Enquanto isso ele se diverte colocando mais sol na sua cabeça.

Aproveitem o inverno! Nessa época ele resolve sair de férios ou está “mais dedicado” com os corredores do hemisfério Norte, que enfrentam o verão. Como essa época é boa! Treinos a 10 graus, com uma leve garoa, e por mais incrível que pareça, o treino termina mais frio, com uns 8 graus.

Mas ultimamente ele anda meio desregulado. Esse janeiro por exemplo, tivemos algumas manhãs frias, ainda bem! Porém em julho tivemos vários dias quentes.

Se perguntar pra qualquer atleta sobre sua pior corrida, pode ter certeza que essas serão algumas respostas: Chicago 2007 – a organização encerrou a prova no meio devido ao calor. Era para estar 10/15 graus e os termômetros marcavam 35 – Meia Maratona de Buenos Aires – a mesma coisa, só que a roganização esqueceu de colocar água. Ou seja, a corrida não foi como esperada, São Pedro estava lá!

Uma das minhas piores experiências com ele foi no Rio no ano passado. Acordei as 7hs da manhã, aquele friozinho, choveu a noite toda, céu nublado. Fiquei mto feliz. Ainda liguei a TV e a Jatobá disse que a previsão praquele dia era de frio, nublado, com pancadas de chuvas mas poderia abrir um sol no fim do dia! E não é que Sao Pedro ao escutar isso resolveu sacanear! Ele é totalmente do contra. Não gosta de seguir ordens e adora desrespeitar as previsões. E ai, o dia que estava perfeito pra uma corridinha virou um grande dia da sua fúria! 5 minutos antes da largada abriu um sol que o Rio não via desde março! Um calor absurdo, vento quente vindo do mar, sem sombra. Enfim, estávamos sentindo a ira de São Pedro!

Com tudo isso fica óbvio que não é a toa que o nome da Corrida mais querida de todos é em homenagem ao desconhecido São Silvestre e não São Pedro!

Araka